Um caso de extrema vulnerabilidade e perigo chocou a cidade de Casimiro de Abreu, no Norte Fluminense. Um menino de apenas 4 anos foi encontrado sozinho, caminhando às margens da movimentada BR-101. O incidente, ocorrido na tarde desta terça-feira (26), mobilizou as autoridades e levantou um alerta sobre a segurança de crianças que, por alguma razão, acabam desassistidas. O drama se tornou ainda mais grave quando a Polícia Civil revelou que o garoto, em busca da mãe, conseguiu sair de casa e percorreu diversas ruas até chegar à rodovia federal, atravessando-a em meio ao intenso fluxo de veículos.
A história, que poderia ter terminado em tragédia, teve um desfecho graças à atenção de um motorista. Segundo o boletim de ocorrência da 121ª Delegacia de Polícia, o condutor notou o risco iminente que a criança corria e prontamente a resgatou. O menino, que ainda está em fase de aprendizagem da fala, repetia a palavra “mãe”, indicando seu desespero e seu objetivo. O motorista agiu com rapidez e cautela, levando a criança diretamente à delegacia, onde o caso começou a ser investigado.
A busca e a descoberta da irresponsabilidade
Após o resgate, a Polícia Civil iniciou imediatamente as diligências para identificar a família do menino. Com base nas poucas informações que a criança conseguia fornecer, os agentes conseguiram localizar a mãe. Em depoimento, a mulher explicou que havia deixado o filho sob os cuidados da avó, uma mulher de 46 anos, para poder ir trabalhar. A mãe, a princípio, não tinha conhecimento do que havia acontecido e ficou em estado de choque ao saber do perigo que seu filho correu.
A avó, por sua vez, foi localizada e confrontada pela polícia. Ela confessou que deixou a criança sozinha em casa para ir a uma consulta médica em um posto de saúde. A confissão da mulher foi decisiva para que as autoridades tomassem uma atitude imediata. Deixar uma criança tão pequena e vulnerável sem qualquer supervisão, especialmente em uma casa próxima a uma rodovia de grande movimento, configura uma grave irresponsabilidade e um risco inaceitável.
Abandono de incapaz: crime e pena ampliada
A atitude da avó resultou em sua prisão em flagrante. Ela foi detida pelo crime de abandono de incapaz, uma infração prevista no artigo 133 do Código Penal brasileiro. O que torna o caso ainda mais sério é o fato de que a pena para este crime foi recentemente ampliada por uma mudança legislativa. Anteriormente, a punição variava de seis meses a três anos de reclusão. Agora, a pena é de dois a cinco anos, o que impede a concessão de fiança e reforça a seriedade com que a lei trata a negligência com pessoas que não podem se defender.
A prisão da avó serve como um lembrete severo das consequências legais de deixar crianças desassistidas. A justiça entende que a responsabilidade pela vida e segurança de um menor é inegociável, e a negligência pode ter um custo altíssimo, não apenas para a vida da criança, mas também para a liberdade do adulto responsável. A mulher permaneceu na delegacia à disposição da Justiça para aguardar os próximos passos do processo legal.
Um alerta para toda a comunidade
O dramático episódio de Casimiro de Abreu levanta uma importante discussão sobre a segurança e o cuidado com as crianças. A história do menino que, por desespero e saudade, caminhou sozinho por ruas e atravessou uma BR-101, serve como um alerta para pais, avós, responsáveis e para toda a comunidade. É fundamental que se redobrem os cuidados e que jamais se deixe uma criança em uma situação de vulnerabilidade como essa. A fragilidade da infância exige atenção constante e a certeza de que haverá sempre um adulto por perto para protegê-la.
O incidente, que felizmente não terminou em uma tragédia, demonstra a importância da vigilância comunitária e do papel de cada cidadão. A atitude do motorista que encontrou o menino e agiu rapidamente foi crucial para evitar o pior. A história, dolorosa e chocante, se tornou um exemplo de como a atenção e a intervenção rápida podem salvar vidas. A sociedade precisa estar sempre atenta para proteger seus membros mais vulneráveis.
Com informações do site: G1
