Milícia Desmantelada: Seis Policiais Militares Têm Prisão Preventiva Decretada em PE
A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decretou a prisão preventiva de seis policiais militares suspeitos de fazerem parte de uma milícia privada que aterrorizava comerciantes no município de Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife. Entre os detidos está um PM da reserva que, além de sua carreira na polícia, exerceu mandato como vereador na cidade entre 2013 e 2020, e é apontado como o líder do grupo criminoso.
A Justificativa para a Prisão Preventiva
A decisão do TJPE foi unânime e atendeu a um recurso impetrado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE). O MPPE argumentou que a prisão preventiva dos acusados era uma medida essencial para garantir a preservação da ordem pública e a integridade da instrução criminal. Segundo o Ministério Público, a condição dos acusados como agentes da segurança pública lhes proporcionava acesso a armas e, crucialmente, a informações estratégicas. Esse acesso, sem a prisão, poderia comprometer seriamente o andamento e a lisura da ação penal em curso.
Mais de Uma Década de Extorsão e Ameaças
As investigações sobre a atuação dessa milícia tiveram início em 2023, sob a condução do Grupo de Operações Especiais (GOE). Os levantamentos apontam que a organização criminosa operava há mais de uma década, extorquindo comerciantes da região de Abreu e Lima. O modus operandi envolvia a cobrança semanal de uma arbitrária “taxa de segurança“, cujos valores variavam entre R$ 40 e R$ 50. Aqueles que se recusavam a ceder à extorsão eram brutalmente ameaçados com ações violentas, incluindo saques aos seus estabelecimentos comerciais, criando um clima de medo e impunidade.
Reviravolta Judicial: Da Liberdade à Nova Prisão
Inicialmente, em julho de 2023, o grupo de policiais havia sido preso temporariamente por um período de 30 dias. Contudo, após o término desse prazo, os policiais foram colocados em liberdade mediante a imposição de medidas cautelares, uma decisão que foi contestada pelo Ministério Público. O MPPE, então, recorreu da decisão de primeiro grau, buscando uma revisão. O TJPE acatou o recurso do Ministério Público, reavaliou o caso e, diante das evidências e dos riscos apresentados, determinou as novas prisões, revertendo a situação anterior de liberdade condicional.
Ao todo, nove policiais respondem à ação penal que tramita na Vara Criminal de Abreu e Lima. A defesa dos acusados ainda tem a possibilidade de recorrer da decisão colegiada do TJPE, o que pode prolongar o desfecho judicial deste caso complexo.
Conclusão: A decisão do TJPE de decretar a prisão preventiva dos policiais militares suspeitos de integrar uma milícia em Abreu e Lima é um passo fundamental na luta contra o crime organizado e a corrupção dentro das forças de segurança. A cobrança de “taxas de segurança” e as ameaças a comerciantes por aqueles que deveriam proteger a população representam uma grave violação da confiança pública. Embora a defesa ainda possa recorrer, a medida envia um sinal claro de que a impunidade não prevalecerá e que a justiça busca restabelecer a ordem e a segurança para os cidadãos de Pernambuco.
Com informações do site: CNN Brasil
